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POTENCIALIDADES E DESENVOLVIMENTO LOCAL

A ênfase dada pela comunidade nos aspectos internos (endógenos) não significa, qualquer restrição por parte da população do município aos recursos externos (exógenos), os quais são bem-vindos e de fato têm auxiliado de forma bastante significativa, não só com recursos financeiros, mas também humanos, para o desenvolvimento do município e melhoria da qualidade de vida da sua população.

O município de Itaquiraí, tendo por base sua estrutura fundiária e a observação local, tem as seguintes potencialidades básicas para o irrompimento do seu desenvolvimento comunitário e dinamismo local, sob o viés rural (mas que na prática, como já foi ressaltado em diversos pontos anteriores, envolve o município como um todo, em seu âmbito urbano e rural):

a) diversificação da base produtiva;

b) agronegócio reconhecido por todos como vocação natural do município;

c) espírito empreendedor da população;

d) subestação de energia existente e em operação no município;

e) necessidade de associativismo presente na população, nos empresários e nas autoridades municipais;

f) solos férteis em pelo menos 50% da área do município;

g) clima favorável às culturas de verão (nunca houve frustração de safra nesta estação do ano);

h) preocupação ambiental das autoridades e da população de modo geral;

i) cidade com ruas e avenidas amplas e espaço para crescimento horizontal;

j) localização estratégica em relação ao Sul do Estado e do país;

k) recursos naturais propícios ao desenvolvimento do turismo rural (em todas as suas variações: ecológico, técnico, de aventura e outras);

l) povo altamente politizado;

m) solidariedade voluntária por parte da população e da classe empresarial;

n) participação popular organizada (Itaquiraí é considerado exemplo no Estado);

o) condições de aumentar a renda rural pelo incremento na agregação de valor da produção primária na cadeia comercial;

p) povo, autoridades e empresários do município trabalhadores (valorizam a competência) e com orgulho do município (sonho de construir);

q) turismo cultural (voltado para a diversidade de comidas típicas, da cultura e das tradições locais).

Os principais fatores endógenos e que se enquadram na ideia expressa acima, são o da população, autoridades e empresários locais.

Dentre estas, há alguns fatores endógenos, relacionados a seguir:

a) valorizar, preservar e cultivar a tradição local e cultura local;

b) valorizar e apoiar a educação em todos os níveis;

c) valorizar e praticar o(a) associativismo; empreendedorismo; solidariedade social e participação popular (exemplo: A população demandou a criação dos Assentamentos);

d) valorizar, considerar, preservar e praticar o otimismo (exemplo: As pessoas da comunidade de Itaquiraí, naturalmente com exceções, em geral percebem as coisas pelo lado positivo);

e) valorizar, considerar e praticar o agronegócio como vocação natural.

Pode-se perceber que, a comunidade Itaquiraiense entende desenvolvimento, tendo em vista duas frentes: a social e a econômica interagindo.

A social, potencializando as pessoas para se tornarem sujeitos e agentes, inclusive da econômica, e a econômica provendo os recursos necessários à implementação da social.

Neste aspecto, a organização social da população na comunidade local, adquire um caráter de importância fundamental.

Devido à origem e formação das pessoas responsáveis e que participaram da colonização, a que foi submetido o município, existe uma grande simpatia, interesse e tendência ao associativismo — nas suas diversas formas: cooperativas, associações, entidades sindicais, parcerias e outras — o que pode ser constatado pela existência de inúmeras entidades com esse cunho no município, e que estão em plena e efetiva atividade.

Outro traço importante do perfil da comunidade é o empreendedorismo e o espírito inovador do empresariado local, além da consciência generalizada de que se deve maximizar e priorizar ao máximo o aproveitamento dos recursos locais, sem entrar na seara do xenofobismo.

A base da economia do município, o agronegócio, realizado e dependente essencialmente do espaço rural (com suas atividades econômicas nos setores primário — a agricultura, secundário — as agroindústrias, e o terciário — serviços e turismo), e a necessidade de seu fortalecimento por intermédio de políticas públicas que possam alavancar o seu desenvolvimento são pontos de concordância na comunidade.

O aspecto da multifuncionalidade do campo (espaço rural) deve ser objeto de esclarecimento e divulgação maciça para o público (tanto o urbano como o rural), tendo em vista o total desconhecimento do mesmo em relação ao assunto, aliado a sua grande e vital importância para o nosso processo de desenvolvimento.

A pluriatividade, múltipla inserção no mercado de trabalho, em atividades agrícolas e não-agrícolas, é um fenômeno que vem ocorrendo de forma cada vez mais intensa no meio rural, proporcionando um aumento na renda da população rural.

Isso tudo vem ratificar a convicção de que “desenvolvimento urbano” e “desenvolvimento rural” são faces de uma mesma moeda, portanto indissociáveis, para efeito de “Desenvolvimento Local”.

O processo de Desenvolvimento Local deve iniciar pela identificação e análise das potencialidades locais. Além disso, o fator endógeno mais importante para o desencadeamento do DL é o potencial de capacidade que a comunidade local tem para protagonizar o seu próprio desenvolvimento, ainda que para isso precise contar com alguma ajuda exógena.